Mata Atlântica – Ciência e Arte
18.12.2015 | Comente

Inaugurada no dia 22 de dezembro no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a exposição “Mata Atlântica – Ciência e Arte” reúne cerca de 200 obras de ícones da história da ilustração científica e natural, como Jean-Baptiste Debret e Margaret Mee, e também de artistas contemporâneos que se dedicam ao ofício, como Malena Barretto e Paulo Ormindo, professor de Belas Artes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/UFRRJ, curador da exposição juntamente com a historiadora da arte Christina Gabaglia Penna.
A ideia de apresentar ao público parte de acervos que ficam “escondidos”, isto é, fora da vista pública, de instituições como a Fundação Biblioteca Nacional, da Fundação Oswaldo Cruz, Museu Nacional /UFRJ, Museus Castro Maya e outros, surgiu em 2012 por ocasião do IV Encontro Nacional de Ilustradores Científicos, segundo a curadora.
“Há registros extraordinários, um universo confinado em mapotecas e armários de nossas instituições que poucos conhecem. Vamos trazer um pouco desses acervos para a vista pública, ressaltando espécies de valor cientifico, histórico e cultural da Mata Atlântica, considerada “patrimônio nacional” pela constituição brasileira de 1988. Esse bioma encontra-se constantemente em perigo, estando sua área original reduzida a cerca de 27%, dos quais apenas 7% deste remanescente encontram-se bem conservados”, explica Paulo Ormindo.
Os curadores ressaltam que a ilustração científica é uma tradição histórica da humanidade e que os ilustradores científicos naturalistas tiveram papel importantíssimo nas grandes viagens de descobertas, com o registro científico da fauna e da flora desconhecidas dos europeus e dos próprios brasileiros. Segundo eles, trata-se de uma profissão e tradição muito forte e que não foi afetada com o surgimento e a evolução da fotografia.
“A fotografia não consegue destacar os detalhes como a ilustração permite. O ilustrador científico continua sendo muito importante para a biologia, zoologia e medicina, em vários segmentos. Essa atividade é uma disciplina curricular dentro do curso de licenciatura em Belas Artes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e, há mais de uma década, a Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem o programa regular de ilustração botânica, que forma ilustradores de excelência”, acrescenta Christina Penna.
Entre os destaques de “Mata Atlântica – Ciência e Arte” estão obras de Jean-Baptiste Debret, cedidas pelos Museus Castro Maya e uma coleção de 33 “mutucas” do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro - fichas de trabalho das espécies estudadas pelo médico e cientista Adolpho Lutz (1855/1940).
A mostra faz homenagem a algumas mulheres, como as ilustradoras botânicas Margaret Mee (1909-1988) e Maria Werneck de Castro (1909-1993), à artista Maria Sibylla Merian (1647-1717), e à cientista e pesquisadora Graziela Barroso (1912-2003), notória por formar gerações de cientistas que hoje se dedicam às investigações acerca das plantas e responsável pela descoberta e identificação de inúmeras espécies.
Os curadores acreditam que a exposição dará oportunidade ao público de usufruir da satisfação estética, trazendo para o Museu do Meio Ambiente obras que se encontram escondidas em outras instituições e que representam importantes elementos de nossas matas e florestas. A exposição estará, também, descortinando um universo - pela beleza, delicadeza e precisão dos trabalhos – e revelando parte do processo de como se dão as pesquisas e os estudos sobre a natureza.
Exposição “Mata Atlântica – Ciência e Arte”
Museu do Meio Ambiente – Jardim Botânico
22 de dezembro a 13 de março 2016
Endereço: Rua Jardim Botânico, 1008.
Telefone: 2294-6619
Funcionamento: segunda das 12h às 17h; terça a domingo das 10h às 18h.
Entrada franca
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